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Esse negócio de "HIIT" funciona mesmo?

  • Professor Igor Eduardo
  • 11 de set. de 2015
  • 3 min de leitura


HIIT (do inglês High Intensive Interval Training), é a nova modalidade do momento que está "pegando fogo" nas academias. Muitas pessoas tem compreendido e verificado sua superioridade em relação à clássica corridinha de 1 hora para queimar, maaaas... será que as pessoas sabem o porque e de onde isso surgiu???


Ao contrário do que algumas pessoas devem achar, o HIIT não é uma coisa muito nova se formos considerar o HIIT como uma evolução do que chamamos de Fartlek. Na década de 30, um treinador sueco chamado Gosta Holmér desenvolveu o método chamado Fartlek, que foi adaptado ao longo dos anos pelos fisiologistas e cientistas da área. O Fartlek consistia na realização de corridas rápidas, ou sprints, que eram intervalados com corridas mais lentas. No entanto, na época que foi inventado, o foco do Fartlek era auxiliar no treinamento de corredores cross-country. Muitos estudos foram desenvolvidos desde essa época, e atualmente temos a explosão do que hoje chamamos de HIIT. Na verdade, não se sabe ao certo quando o termo HIIT foi usado pela primeira vez. Se formos considerar o Fartlek como um ancestral do HIIT, podemos considerar que não é coisa muito nova (existem evidências de atletas que utilizavam treino semelhante desde as Olimpíadas de Estocolmo, em 1912). Porém, a primeira evidência (pelo menos a primeira de que tenho nota), utilizando o "novo termo" surgiu mais recente, em 1994.


Neste estudo, pesquisadores do Laboratório de Ciências da Atividade Física da Universidade de Laval, em Québec, Canadá, compararam o impacto de duas diferentes modalidades de treino na gordura corporal e no metabolismo muscular em jovens adultos. Vinte e sete voluntários foram divididos em 2 grupos: o grupo endurance (GE) e o grupo que realizava o treinamento intervalado (HIIT). O GE realizou um treinamento na bicicleta inicialmente 4 vezes por semana, sendo aumentado para 5 semanas posteriormente. O treinamento consistia em 30 minutos de treinamento, que posteriormente progredia para 45 minutos, na intensidade de 60% da frequência cardíaca máxima, progredindo-se para 80%. O grupo HIIT realizou um treinamento que consistia na realização de 19 sessões de treinamento com intervalo curto e 16 sessões de treinamento com intervalos longos por um período de 15 semanas. Todas as sessões de treinamento intervalo de alta intesidade começava com um tempo de aquecimento de 5 minutos a 50% do VO2máx. O treinamento com intervalo curto consistia em 10 séries de 15 segundos, progredindo-se posteriormente para 15 séries de 30 segundos. Enquanto o treinamento de intervalo longo consistia em 4-5 séries de 60 segundos de duração, progredindo-se para 90 segundos. Entre as séries, eram dados um período de recuperação para permitir que a frequência cardíaca retornasse para 120 a 130 batidas por minuto.


E qual foi o resultado do estudo?


Apesar do fato do gasto energético do grupo endurance ter sido 2 vezes maior comparado ao grupo que realizou o HIIT, a redução no somatório de 6 dobras cutâneas foi melhor após o HIIT, como mostrado na tabela abaixo.



Como podemos ver na tabela do estudo, apesar de não ter havido diminuição no peso corporal e nenhum dos grupos, houve uma diminuição significante na dobra suprailíaca para ambos os grupos, e uma diminuição significante nas dobras do bíceps, tríceps, subescapular, e do somatório das 3 dobras dos membros e das 6 dobras somente para o grupo que realizou o HIIT!!!


E não termina por aí, o estudo ainda analizou a atividade enzimática de enzimas relacionadas ao metabolismo do músculo esquelético como a hexoquinase (HK), fosfofrutoquinase (PFK), malato desidrogenase (MDH) e 3-hidroxiacil coenzima A desidrogenase (HADH), e verificou que ambos os grupos induziram um significante aumento na atividade da MDH, enquanto tiveram efeito opostos na HK (aumentou no grupo HIIT e diminiu no grupo endurance). Também foram observados aumentos significantes na atividade enzimática do PFK e da HADH somente para o grupo HIIT.


Jovens, que fique claro que este é um artigo de 1994 trazendo uma "novidade" que só veio virar modinha, pelo menos aqui no Brasil, mais recentemente. Na época, acreditava-se que quanto mais tempo alguém passasse na esteira, melhor para o emagrecimento. E que se você quisesse "queimar mais", essa atividade deveria ficar na "zona de queima", que em grande parte das vezes, significava que você deveria treinar numa intensidade muito abaixo do que foi proposto neste artigo. E mais, esse é somente o primeiro artigo de milhões que existem que confirmam a superioridade do treinamento intervalado sobre o treinamento de endurance tradicional!


Então queridos, sigam o que a ciência tem para dizer! Nas próximas postagens explorarei mais a fundo o resultado desse e de outros estudos relacionados ao metabolismo muscular energético. Até a próxima postagem!!


 
 
 

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