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Contato com a Natureza

  • Professor Igor Eduardo
  • 17 de mai. de 2017
  • 2 min de leitura

“Nunca antes tão grande percentual da humanidade esteve tão longe da natureza”. Cita Bratman e colaboradores (2015), que relata que mais de 50% das pessoas agora vivem em áreas urbanas, e uma projeção para 2050 leva a crer que este percentual aumentará para cerca de 70%. “E quais são as implicações potenciais na saúde mental decorrente desta mudança demográfica?” Hoje existem evidências que, embora a urbanização tenha seus benefícios, ela está associada com aumentados níveis de desordens mentais, como a ansiedade e a depressão.


Estudos correlacionais mostram que indivíduos que crescem e vivem em áreas rurais comparados a indivíduos que crescem em áreas urbanas são associados com uma menor nível de stress. Ainda, outros estudos mostram que a simples visão de elementos da natureza através de uma janela (comparado com janelas que não possuem esta visão), são associados com uma memória superior, mais atenção e inibição de impulsos, assim como melhores sensações de bem estar subjetivo.


Agora a pergunta que cabe é: através de qual mecanismo a experiência com a natureza pode agir contra o desenvolvimento de desordens mentais? Os autores teorizaram que um possível mecanismo é uma diminuição da RUMINAÇÃO, que é um padrão mal-adaptativo de pensamento auto-referencial que é associado a um elevado risco de depressão e outras desordens mentais.


Para testar tal teoria, 38 indivíduos saudáveis foram divididos em 2 grupos distintos. Um grupo fazia 90 minutos de caminhada em áreas urbanas e outro grupo fazia 90 minutos de caminhada em áreas mais expostas a natureza. Foi utilizado um questionário (self-reported) para verificar o nível de ruminação dos indivíduos e (o mais interessante), foi examinado a atividade cerebral no córtex pré frontal subgenual (área de Broadmann 25), que é uma área que demonstra uma atividade aumentada durante o sentimento de tristeza e processos ligados a ruminação em indivíduos sadios e depressivos.


No final, somente os indivíduos que fizeram a caminhada de 90 minutos na natureza mostraram reduções na ruminação verificados através do questionário e tiveram uma diminuição na atividade no córtex pré frontal subgenual (foto acima), enquanto os indivíduos que caminharam em zonas urbanas não mostraram esses efeitos. O que suporta que o contato com ambientes naturais possa beneficiar psicologicamente os humanos. Pesquisadores da área de “ambientes restaurativos” tem mostrado que indivíduos tendem a selecionar ambientes naturais como um meio de transformar estados psicológicos negativos em estados mais positivos, embora não seja uma preferência exclusiva. Ou seja, áreas com visões mais abertas e com menos barulho são escolhidos como ambientes preferidos para esse efeito "restaurador".


Portanto, caso você esteja muito estressado(a) pelas atividades da vida diária, faça-se um favor: vá caminhar em um ambiente mais natural e tenha contato com a mãe-natureza. Quem sabe você não consegue experimentar o verdadeiro sentimento de se sentir parte dela! It’s a good advice and a good prescription!


Em breve mais textos sobre este tópico!


 
 
 

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